sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Plastique Noir faz show na Feira da Música

Foto: Ana Cristina Teixeira
Assistir a um show da banda de dark wave cearense, Plastique Noir, é se transportar para o final dos anos oitenta e início dos anos noventa, época na qual a cultura gótica (em seu auge melancólico, porém dançante) reinava em absoluto no cenário alternativo por meio de grupos como The Cure, The Smiths e Depeche Mode. Foi o que o público de Fortaleza pôde perceber durante a apresentação de, aproximadamente, 40 minutos realizada no último dia 21, dentro da programação da Feira da Música, no Centro Cultural Banco do Nordeste.

Fazendo uso de uma bateria eletrônica e muitos sintetizadores, o grupo formado por Airton S. (vocal), Márcio “Mazela” Benevides (guitarra) e Danyel Fernandes (baixo), faz jus ao título de único do gênero no Ceará e não decepciona o público com um cativante desempenho ao vivo. Durante o show, foi possível notar um grande entrosamento entre os integrantes da banda, que se mostraram bem-humorados mesmo com alguns problemas de equipamento, que não chegaram, porém, a prejudicar a apresentação.

A escolha por uma bateria eletrônica se encaixa perfeitamente com as canções do grupo em sua tentativa de ser soturno, porém divertido. O baixo sempre acertado de Danyel dá um tom obscuro na medida exata, combinando-se muito bem com os ótimos riffs do guitarrista Márcio (destaque para a sua extravagante performance durante o show). O arremate de tudo isso é a excelente voz de Airton, que não deixa de remeter ao cantor americano Marilyn Manson.
Formada em 2005, a Plastique Noir demonstrou já ter um público fiel, que (devidamente vestido de preto) compareceu em bom número ao show, apesar do indigesto horário (13h40, aproximadamente). A platéia, bastante entusiasmada, cantou com a banda em músicas como “Silent Shout” e “Shadowrun”, além de pedir insistentemente pelo grande sucesso, “Creep Show”, uma das músicas mais contagiantes do grupo.

O profissionalismo demonstrado no palco pelo grupo, provavelmente, se deve às suas várias apresentações fora do Ceará, em lugares como Brasília, Bahia, São Paulo e Minas Gerais. A banda também já recebeu convite para tocar no prestigiado festival de música gótica de Leipzig, na Alemanha, ao qual não pôde comparecer devido à falta de apoio financeiro.
A Plastique Noir já lançou dois CDs independentes, Offering (2006) e Urban Requiems (2007), tendo o último sido re-lançado tanto pelo selo italiano Ekleipsi Records, como pelo alemão AFMusic. Isso retrata a boa aceitação que o trabalho do grupo possui, não só em outras regiões brasileiras, como também, em outras partes do mundo.

Apesar do pouco tempo de existência, a banda demonstrou possuir uma maturidade não, normalmente, vista em palcos cearenses, realizando uma performance que não deixa nada a dever ao seu ótimo material gravado. Tendo grandes realizações na bagagem, a Plastique Noir demonstra que é possível sair da mesmice da produção musical local, indo além, explorando novos sons e locais.
Postado por Ana Cristina Teixeira

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